sexta-feira, 25 de julho de 2008

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Festejos Juninos

Edição e Pesquisa de Lenise Resende
Duas das mais importantes manifestações folclóricas nacionais são: o carnaval e as festas juninas. Junho é o mês do Sagrado Coração e dos três santos juninos: Santo Antônio, São João e São Pedro. A quadrilha é dançada em homenagem a eles e também para agradecer as boas colheitas. No Nordeste, as festas juninas coincidem com a época em que se quebram as espigas de milho, ou seja, o tempo da colheita e de fartura no campo. Há muitas festas do Divino e fogueiras. O formato da fogueira varia e quanto mais alta ela fôr, maior é o prestígio de quem a armou. A madeira usada pode ser maçaranduba, peroba, pinho ou piúva. Não se queimam imbaúba, cedro ou ramas de videira, por sua relação com a história de Jesus.

A Festa do Divino comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Cristo e acontece 50 dias após o Domingo de Páscoa, o que corresponde ao Pentecostes do calendário oficial católico. Seu principal símbolo é uma pomba branca, que representa o Divino Espírito Santo. A festa foi trazida para o Brasil pelos portugueses no século 16. Dependendo da região, os folguedos mais comuns da festa são as cavalhadas, os moçambiques e as congadas. Há também danças, como o cururu, fandango e o jongo. As festas do Divino são comuns em várias regiões do Brasil.

No dia 13 de junho, é comemorado o dia de Santo Antônio. Além da fama de casamenteiro, Santo Antônio recebe orações para encontrar objetos e animais perdidos. Pão bento da igreja do padroeiro, quando colocado junto aos outros alimentos, garante fartura o ano todo, acreditam os fiéis. A fogueira de Santo Antônio possui o formato de um quadrado.

No dia 24, comemoramos o dia de São João. Em bandeiras e estampas, São João Batista é mostrado criança com um cordeiro. Ele é o santo mais festejado. Ele é também um santo casamenteiro, mas é mais famoso por ajudar as pessoas a acharem objetos perdidos. O formato de sua fogueira é de uma pirâmide com a base arredondada.

No dia 29 é comemorado São Pedro. Ele é mais cultuado entre os pescadores, com procissões marítimas. É o guardião das portas do céu e também protetor dos viúvos. A fogueira de São Pedro possui formato triangular. Muitos incluem nas festividades também o dia de Santa Ana (26 de julho), mãe de Maria e avó de Jesus Cristo, e protetora das viúvas. Neste dia comemora-se o Dia da Vovó.

Antes de Cristo, já havia festa de São João, mas com outro nome. Eram fogueiras que saudavam a chegada do verão europeu. Até que, no século 6, o catolicismo associou essas celebrações pagãs ao aniversário de São João. No século 18, os portugueses passaram a comemorar também as noites de São Pedro e Santo Antônio. No Brasil, as festas juninas são populares desde 1583. O costume de saltar a fogueira é um ritual de origem celta. No Brasil, as maiores comemorações são realizadas no Nordeste, onde o dia de São João costuma ser feriado. A alegria é a marca sagrada das festas juninas.

O Arraial ou "Arraiá" lembra as comemorações juninas no campo, também chamado de roça. A palavra roça, vem de roçar, cortar o mato. Enfeita-se o local da festa, os pátios das igrejas ou escolas, com bandeirinhas, lanternas de papel e palhas de coqueiro. Montam-se barrraquinhas de madeira para brincadeiras e jogos, como a pescaria, e para venda dos "comes e bebes". Comidas e bebidas típicas, como quentão, pipoca, amendoim torrado, pé-de-moleque, pamonha, canjica, curau, bolo de fubá e de aipim e batata doce assada na fogueira, fazem parte da festa. Queimam-se fogos. As pessoas vestem-se como "caipiras", imitando os habitantes do campo, com seus costumes simples e vestimentas.

Há a quadrilha, conhecida também como dança caipira, e outras danças. O tipo de música tocado nas festas - quadrilha e forró - assim como os instrumentos utilizados - sanfona, zabumba, triângulo, etc - são contribuições da cultura brasileira às festas de origem européia. Com o crescimento das cidades, a quadrilha passou a ficar restrita ao campo ou aos bairros mais distantes.

Entretanto, por causa de sua grande aceitação popular e coreografia, a quadrilha acabou fazendo parte também do universo cultural urbano, só que de maneira diferente. A quadrilha que conhecemos na cidade é mais um "casamento na roça". O casório é uma encenação bem humorada e conta com a presença de um casal de noivos, o "padre", o "delegado" e todos os participantes da quadrilha. As versões mais "modernas" da festa utilizam música gravada ou até mesmo instrumentos eletrônicos.

Faz parte da tradição das festas juninas soltar balões coloridos, iluminando o céu e deixando a noite mais bonita. Mas esta beleza dura pouco. O balão cai e leva com ele destruição e tristeza. As matas pegam fogo, os animais e as plantas morrem e todo um habitat se acaba. O balão põe em risco os lugares por onde passa, por isto Não Solte Balões! Soltar, fabricar, vender ou transportar balões é crime contra o meio ambiente, de acordo com a Lei Federal nº 9.065, de fevereiro de 1998.